Amadora, o município de Abril, não é neste caso excepção. Com amplas dificuldades para os seus munícipes, a Câmara orgulha-se publicamente dos seus cofres cheios, das suas dezenas de milhões de euros armazenados e a ganhar juros, enquanto promove a demolição de casas das pessoas mais pobres do concelho sem alternativas. A noção de que gerir a coisa pública é como gerir uma empresa, mais uma vez aplicada à realidade, o dinheiro como fim e não como meio é a deturpação económica a que nos procuram subjugar. Mas a defesa das populações não pode fazer parte dos mandatos dos cofres cheios. Se estão cheios enquanto as pessoas estão a passar necessidades, são um roubo. Legal, mas um roubo na mesma.