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Comunicado do Bloco de Esquerda da Amadora - Sobre as demolições na Amadora

Comunicado do Bloco de Esquerda da Amadora

Sobre as demolições na Amadora

O Bloco de Esquerda da Amadora, mais uma vez, associa-se à denúncia dos actos desumanos praticados pela Câmara Municipal da Amadora com as demolições e despejos dos moradores dos bairros 6 de Maio e Estrela de África, na freguesia das Águas Livres.

Hoje, repetem-se as cenas de violência e de desumanidade desprovidas de qualquer sensatez e seriedade na procura da melhor solução de habitação para as pessoas desalojadas. A Câmara Municipal da Amadora prefere e insiste na prepotência dos actos administrativos e não na responsabilidade devia dos seus Planos de Realojamento. As pessoas são apenas números que devido à côr da pele e à sua carência económica são tratadas com desinteresse e despojadas dos seus bens sem apelo nem agravo. Nada mais interessa à Câmara Municipal da Amadora que não desimpedir o terreno onde permitiu a construção durante 3 décadas.

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A troco de quê?

Recentemente e, perante a proposta de criação de uma Comissão de Acompanhamento da Assembleia Municipal da Amadora para os processos de realojamento e de demolição no municipio (rejeitada pelo executivo PS), foi afirmado que o plano de demolição seria adiado. Só não disseram para quando. Hoje percebemos a diferença entre o dizer o que se quer ouvir e o compromisso económico. O dinheiro fala sempre mais alto. A Câmara Municipal da Amadora combate o rumor desencontrando-se com a verdade.

O Bloco de Esquerda não defende as construções precárias de que são construídos os diversos bairros do concelho, mas defende a habitação como um direito fundamental humanitário. Defendemos realojamento para todas e todos, com condições. Propomos o levantamento de um banco habitacional no Município da Amadora para realojar quem há 20 anos aguarda uma casa, para quem nasceu, cresceu, educou, trabalhou sempre nestes bairros sociais.

Adivinham-se mais construções, mas não para todos.

Aqueles que cá vivem continuam a sofrer com a falta de serviços ou a sobrecarga dos mesmos. Oferece-se caridade em vez de serviço público com dignidade. As novas estradas sobrecarregam as velhas, o tráfego automóvel aumenta, o ambiente degrada-se, a pobreza instala-se.

Aguardamos pelas futuras zonas residenciais, a nova Amadora. Mais próximo das eleições haverá com certeza novidades. A "erradicação dos (chamados) bairros problemáticos" será tema de campanha. Cumprida a promessa e afastados os pobres pode assim a Amadora chamar novas pessoas. O dinheiro está lá, nos cofres da Câmara, à espera do momento certo para apoiar quem mais precisa, a construção civil. E que afinal até dá emprego aos pobres e assim apregoa-se que todos são ajudados, que todos ganham.

A luta será sempre desigual.

Ninguém espera um confronto fácil. Nunca o foi. Muitas vezes as pessoas são vencidas pela carência do bem-estar, pelo apaziguar das necessidades dos seus familiares mais necessitados. A Câmara Municipal da Amadora conta com isto, com o tempo que corre lentamente, com o "adormecer" do choque, com o encobrimento da situação. Acha que no futuro todos esquecerão e ninguém falará mais sobre isto.

Ninguém esquece! Ninguém perdoa!

Núcleo do Bloco de Esquerda Amadora